Vou te passar as informações importantes que os pais costumam me pedir e explicar como é a avaliação infantil.
É importante que fique claro para a família que consulta psiquiátrica não é sinônimo de medicação ou remédio controlado.
A prioridade é sempre aliviar o sofrimento da criança.
Para isto, o primeiro passo é o diagnóstico correto. Assim como em toda a medicina, se o médico erra no diagnóstico, consequentemente todo o restante do tratamento fica comprometido, com pouquíssimas chances de dar um bom resultado.
Isso significa que nem sempre o tratamento será medicamentoso ou somente medicação, vai depender de qual a origem do sofrimento ou sintomas. Crianças e adolescentes apresentam em seus comportamentos influência muito grande do ambiente familiar e escolar, das características de temperamento e personalidade, de questões hormonais, orgânicas e neuroquímicas.
Caso haja um prejuízo ou sofrimento decorrente de quadro psiquiátrico com base neuroquímica, aí sim avalia-se a intervenção medicamentosa.
Inicialmente a avaliacao é com os pais, sem a criança nesta primeira consulta. A criança/adolescente vem um outro dia acompanhada de pelo menos um dos responsáveis. Quando a família é de outra cidade ou estado, ou tem urgência, com antecedência agendamos as consultas para o mesmo dia, uma na sequência da outra, sendo a primeira com os pais, e a segunda com a criança.
Quando a família já levou para atendimento profissional, solicito que separe tudo que tiver de importante, como histórico médico, avaliações com fonoaudióloga, psicóloga, relatório de escola etc e me traga no primeiro atendimento.
Caso seja necessário uma segunda consulta com criança será agendada para concluir a avaliação, mas isso não é possível definir antes de eu ver a criança.
A frequência das consultas de acompanhamento quando a criança precisa fazer uso de medicação variam de mensal a trimestral, dependendo da gravidade e da estabilidade dos sintomas e do quadro clínico.
Apesar de ser comum psiquiatra realizar atendimentos de psicoterapia, eu não os faço. Quando necessário, caso o paciente não esteja em acompanhamento com algum psicólogo, eu encaminho.
Outra informação importante: quando os pais são separados, apenas atendo a criança após o consentimento prévio de ambos. Isso evita um desgaste desnecessário para os pais e a criança.
O atendimento de crianças e adolescentes é sempre presencial, não sendo realizado na modalidade telemedicina.